Carta
de Agradecimento aos Servidores e de repúdio à manifestação do Procurador da
República Davy Lincoln Rocha
Prezados
(as) Profissionais do HMSJ,
São
inúmeras as adversidades encontradas no dia-a-dia de um hospital público. Somos
solidários ao trabalho desenvolvido pelos Servidores do Hospital Municipal São
José, pois é preciso resiliência para superar obstáculos e resistir as
pressões. Somos gratos pelo alto nível profissional de nossos servidores
que mesmo diante de dificuldades mantém o sentimento de servir.
Obrigado a você profissional pela consciência, amor puro e genuíno para com o
próximo. Temos absoluta convicção do profissionalismo e do
sentimento de entrega praticados diuturnamente em favor daqueles que
adentram no Hospital Municipal São José em busca de atendimento
médico-hospitalar. Diante dessas certezas é que repudiamos com veemência as
acusações proferidas pelo Procurador da República Sr. Davy Lincoln na
tarde de 10 de outubro de 2012 no Pronto Socorro desta unidade hospitalar.
É muito importante salientar que o Hospital Municipal São José é credenciado pelo Ministério da Saúde em várias especialidades médicas de alta complexidade. Pacientes são encaminhados de toda a região norte-nordeste do estado, eventualmente até de outras regiões da área de abrangência na intenção de realizar atendimento médico-hospitalar altamente especializado.
É muito importante salientar que o Hospital Municipal São José é credenciado pelo Ministério da Saúde em várias especialidades médicas de alta complexidade. Pacientes são encaminhados de toda a região norte-nordeste do estado, eventualmente até de outras regiões da área de abrangência na intenção de realizar atendimento médico-hospitalar altamente especializado.
É
reconhecido que o hospital possui limitação física, porém, mesmo diante da
restrição de espaço, o índice de atendimento está entre os maiores de Santa
Catarina. É de conhecimento da sociedade o problema da sobrecarga de pacientes
no Pronto Socorro. A causa não é atual e os efeitos foram sentidos ao
longo dos anos. O problema permanece como um desafio para as gestões
administrativas. A superlotação é recorrente mas nos inquieta e também nos
causa dor.
Outro
fator que nos aflige de forma visceral é a capacidade do Centro Cirúrgico. O
setor trabalha no limite. Em 2011 e 2012 (dados até abril) foram 5.255
cirurgias. Do total praticamente 50% foi na área de ortopedia, evidenciando a
grande vocação da unidade para o atendimento do trauma. É importante destacar
que o trabalho cirúrgico vai além do ambiente operatório. Cada procedimento de
alta complexidade leva em média cerca de 3 horas de duração. Após a cirurgia o
paciente ficará em um leito de recuperação por 5 horas, em média e
eventualmente ocupará um leito de UTI. Desta forma, o planejamento das
cirurgias precisará obedecer também o fluxo de recuperação e disponibilidade de
vagas. Para se ter uma idéia do número de atendimentos realizados em ortopedia,
somente no mês de outubro estiveram internados no primeiro andar, 27 pacientes
ortopédicos, enquanto que na ala B estiveram internados 18 pacientes na mesma
especialidade médica. Atualmente mantém-se 14 pacientes ortopédicos internados
no primeiro andar e 20 pacientes na Ala B.
Diante
de tais considerações, é incabível pretender-se responsabilizar o Hospital
Municipal São José como único executor de todos os atendimentos clínicos e
cirúrgicos da população joinvilense e as demais da região norte. Igualmente,
não nos resta outra observação a não ser a de condenar e reputar como infeliz a
alegação do Procurador Sr. Davy Lincoln, que comparou o Hospital aos campos de
concentração nazista. A declaração é deveras imprópria, pois não há nenhum tipo
de tratamento desumano, tampouco de experimentos antiéticos com os pacientes
que ocupam leitos de internação e observação na unidade. A comparação possui
como único efeito denegrir a imagem do Hospital Municipal São José e de
atingir a moral e a dignidade de seus servidores. O malfadado
episódio nada contribui para alcançarmos uma solução aos problemas existentes.
Se a demanda por serviços de saúde no Município e região é maior do que a
capacidade física e humana de nossa instituição, essa demanda reprimida advinda
de inúmeros fatores não pode ser atribuída exclusivamente ao Hospital Municipal
São José.
Diretoria
do Hospital Municipal São José de Joinville
Joinville,
17 de outubro de 2012.